terça-feira, 17 de abril de 2018

Lido: As Três Lebres

Como já temos visto várias vezes por aqui, no mundo dos contos tradicionais existem famílias inteiras deles, provavelmente geradas por derivação ou influências mútuas, em que se repetem temas, enredos e até personagens. Uma dessas famílias mete homens espertos, bons ou corajosos e as princesas que eles poderão desposar caso ultrapassem uma espécie qualquer de teste. Adolfo Coelho inclui no seu livro de contos populares mais do que uma história dessas. E este continho de duas páginas intitulado As Três Lebres é uma delas.

Curiosamente, tem a particularidade de ser um conto realista. O aldeão que procura a mão da princesa por meio de uma adivinha não se serve de magia ou encantamentos, mas apenas da esperteza e de uma dose muito razoável de marotice e desonestidade, só lhe correndo bem as coisas porque a princesa mostra para com ele o mesmíssimo grau de marotice e desonestidade. É que ela lhe manda ao quarto onde está alojado três aias em três noites consecutivas, a fim de descobrir as respostas da adivinha. E descobre. Mas ele não oferece as respostas de forma gratuita, antes as troca pelas saias das aias, o que lhe vai fornece material de chantagem que usa com grande proveito pessoal: entre o escândalo e o casamento com o espertalhão do aldeão, a princesa escolhe o casamento.

Historinha instrutiva, sem dúvida.

Contos anteriores deste livro:

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