sábado, 13 de janeiro de 2018

Lido: Uma Demanda Literária

Como já deve ter ficado claro de opiniões anteriores, a meu ver há uma extensão certa (ou, vá, uma quantidade limitada de extensões) para contar uma história. Histórias existem que podem ser contadas em miniconto ou em vinheta, mas outras precisam de mais espaço para respirar, e algumas, até (embora menos do que muitos autores parecem julgar, escrevendo mais que o necessário), só podem ser realmente contadas em séries de múltiplos volumes. Por vezes é impossível contá-las noutras extensões; por vezes, a extensão certa é aquela que permite extrair da história o máximo do seu potencial. Quando se tenta contá-la noutras extensões, ela aparece coxa, apressada ou palavrosa, incompleta ou cheia de palha, ineficaz, em suma.

E esta vinheta de Joel Puga intitulada Uma Demanda Literária é mais uma história contada com a extensão errada.

Trata-se de um continho de fantasia sobre alguém que anda numa demanda para adquirir certos livros, para o que vai até um sítio remoto ao encontro de um alfarrabista mágico e nómada que se materializa em certos locais e em certos momentos. Mas Puga não tem tempo para sequer sugerir o que leva o protagonista a fazer o que faz e tem de introduzir vários infodumps para retratar rapidamente o mundo ficcional, deixando ainda o final em aberto. O resultado de tudo isto é uma história bastante coxa, que melhor seria se fosse recontada em formato mais extenso.

Contos anteriores deste livro:

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