quinta-feira, 14 de maio de 2015

Lido: Isaac Asimov Magazine, nº 1 (quarta parte)

Patamar, de Walter Jon Williams, é um conto ciberpunk, pós-singularidade, ambientado portanto num mundo em que os sobreviventes humanos estão sob o domínio de máquinas superinteligentes. Mais propriamente, ambientado no submundo desse mundo, uma complexa teia de desesperados, traficantes e revolucionários que, cada um à sua maneira, procura reformular o que o rodeia de forma a parecer-se mais com aquilo que considera ideal. É um conto bastante bom, literariamente interessante (é escrito na segunda pessoa e funciona), embora a história que conta mostra um caráter francamente sombrio.

Carta Registrada, de Lee Walingford e Carol Deppe, é uma história futurista de espionagem, centrada num pesquisador de armas microbiológicas e numa amiga sua, professora de genética, que se acha um dia sob a mira dos serviços secretos depois do amigo ter sido assassinado. É uma história razoavelmente banal, com algumas ideias interessantes, mas nada de especial.

O Anel, de Alexander Jablokov, é um conto de viagem no tempo, no caso sem máquina (afastando-se assim da história de Wells e suas descendentes), mas com droga, no qual dois homens se perseguem entre presente, futuro e passado em busca de vingança. Mostra o enovelamento de enredo típico deste tipo de história, que, juntamente com a ação de uma longa perseguição, fará decerto as delícias de muitos leitores, mas não as minhas. Há um ponto em que este tipo de história começa a parecer-me algo gratuita. E esta, embora no fim compense um pouco, ultrapassa esse ponto.

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