sábado, 16 de maio de 2015

Lido: As Duas Caras de António

As Duas Caras de António (bibliografia) é um mirabolante conto de Carlos Eduardo Silva que segue as peripécias de um agente germânico infiltrado numa instituição de investigação e desenvolvimento portuguesa, onde se desenrola pesquisa de ponta cheia de interesse para os militares germânicos. As coisas parecem estar a correr bem até que se dá um assassínio no laboratório. Como o morto é precisamente o homem sob cuja alçada o protagonista estava a trabalhar, e há um determinado aparelho que desaparece, este vai ser obrigado a improvisar.

É uma história com muitas ideias interessantes, que no entanto tem alguns dos defeitos que encontrei na história anterior, o que faz com que a meu ver não ultrapasse o razoável. Além de dois ou três casos de descuido na revisão, pareceu-me que o desenvolvimento da história é um pouco apressado, deixando-a com um ritmo sacudido e uma certa tendência para gerar pontas soltas. Julgo que houve pontos de enredo demasiado (e desnecessariamente) explicados enquanto outros não o foram o suficiente para evitar dois ou três casos de "de-onde-veio-isto-agora?"

Parte desta impressão vem do meu pouco gosto por histórias que se concentram mais em criar reviravoltas no enredo do que em desenvolver cada parte deste realmente bem. Peculiaridades de leitor. Quem gostar mais de enredos ziguezagueantes do que eu, certamente gostará mais deste conto. Quanto a mim, julgo que esta história se sairia melhor como argumento para uma história de BD do que como conto. Na forma de conto não ficou má, mas a verdade é que não chegou a um ponto que me satisfizesse por inteiro.

Contos anteriores deste livro:

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