domingo, 2 de setembro de 2012

O que a malta lê

Conhecem o Ficção Científica Literária? Aquele meu scoop.it onde vou agregando tudo o que vou apanhando na web (em especial na blogosfera) lusófona e se debruça de alguma forma sobre a ficção científica na literatura? Pois bem, um dos efeitos secundários de fazer aquilo foi permitir-me ter uma ideia mais fiável sobre o que a malta que fala de livros realmente vai lendo e sobre o que é divulgado e o que não é.

Como?

Através das etiquetas.

Vejamos, por exemplo, os autores que foram referenciados mais de 10 vezes. Não são muitos; a generalidade dos autores que constam da lista têm uma ou duas referências. Alguém leu, alguém falou de, algum livro foi lançado, mas nada mais. O impacto é, no máximo, ligeiro. Os que são mais comentados são os seguintes:
  1. Ray Bradbury tem 53 referências. Por ter morrido, claro, mas não só. Já antes de morrer era dos mais comentados.
  2. Suzanne Collins tem 20 referências. Fruto do grande sucesso dos seus Jogos da Fome em particular e das distopias juvenis em geral. Retumbante mesmo, pelo menos por enquanto. A ver vamos se daqui a 10 anos ainda alguém lê Collins.
  3. Isaac Asimov tem 17 referências. Fruto, em parte, de um blogger ter lido recentemente parte da série da Fundação. E de ser um dos monstros sagrados da FC e o seu nome ser quase sempre mencionado quando se fala do género.
  4. George R. R. Martin tem 16 referências. A popularidade d'As Crónicas de Gelo e Fogo levou as editoras a publicar também alguma da FC dele, e os leitores a recebê-la com interesse. Pessoalmente acho ótimo.
  5. Phillip K. Dick tem também 16 referências. E, o que é mais interessante e talvez relevante, são referências a uma grande variedade das suas obras, embora algumas digam respeito a adaptações.
  6. Douglas Adams tem 13 referências. A série do mochileiro continua a ser bastante comentada, mesmo sem edições recentes, o que não deixa de ser curioso. E o que não deixa de me levar à questão do motivo por que não há edições recentes. É que pela amostra parece haver público para elas...
  7. João Barreiros também tem 13 referências. Em parte por culpa minha, visto que tenho andado a ler e comentar contos dele.
  8. William Gibson também tem 13 referências. Fruto em parte do lançamento recente d'A Máquina Diferencial no Brasil. Mas só em parte. Ser o pioneiro tanto do ciberpunk como do steampunk dá-lhe uma projeção especial e, aparentemente, duradoura.
  9. Júlio Verne tem 12 referências. Muitas delas não se referem propriamente à obra do velho decano da FC francesa, mas a algumas adaptações que ela tem sofrido nos últimos tempos.
  10. James Dashner tem 11 referências. Distopias juvenis, e tal e coiso.
  11. Frank Herbert tem 10 referências. A recente reedição de Duna, tanto em Portugal como no Brasil, continua a gerar comentários. Mas não é só daí que eles vêm.
  12. Scott Westerfeld tem 10 referências. Muitas são algo marginais à FC, roçando o género só de leve. Também se trata de juvenilia.
  13. Veronica Roth também tem 10 referências. Mais uma das autoras distópico-juvenis.
E é só isto. Apenas 13 autores com mais de 10 referências cada e uma longa lista de outros mencionados só raramente. Será interessante voltar a fazer este apanhado daqui a algum tempo, para ver como muda a lista. Em todo o caso, acho curioso ver aqui lado a lado os novíssimos frutos da moda distópica com os velhotes da FC mundial, embora haja também algo que salta à vista: a quase total ausência, tanto nesta lista como na lista geral, de quem escreve FC madura contemporânea.

E agora este artiguinho prepara-se para se ir juntar aos outros lá no scoop.it. Sabem o que isso significa, não sabem?

INCEPTION!

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