quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Lido: Um Mar de Rostos

Um Mar de Rostos (bib.), é um muito interessante conto de ficção científica de Robert Silverberg que descreve aquilo que basicamente é uma sessão terapêutica. De novo com grande ênfase na abordagem literária que é dada à história, o protagonista desta é um terapeuta (psicólogo, psiquiatra, algo assim) que aplica uma técnica nova, arriscada mas com bons registos de eficácia, para tentar resolver o que há de errado com a paciente: o mergulho da sua consciência na dela. Ao fazê-lo, mergulha na paisagem onírica e surrealista que seria de esperar, e é a descrição desta paisagem e do que ele lá vai fazendo que constitui o fulcro da história, entrecortada por breves analepses, onde se vislumbram fragmentos de conversas e acontecimentos anteriores ao mergulho, que servem para situar o leitor e levá-lo a tirar sentido do que está a ler.

É uma história que exemplifica bastante bem as principais características da New Wave da FC: é literariamente forte, usa as ciências humanas como fonte de ideias e experimentação intelectual, quebra com o paradigma da narrativa linear que dominou o género durante a idade do ouro, etc. E é também uma boa história, embora eu já tenha lido explorações mais bem conseguidas de mundos oníricos do que a que aqui se encontra. Em especial devido ao final que, mesmo não sendo inteiramente inesperado, é bastante eficaz.

Contos anteriores deste livro:

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