segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Lido: Para Leste

Para Leste (bib.) é um conto curto de Bruce Holland Rogers que descreve uma viagem que uma família faz para leste, no carro, depois do último negócio do pai ter ido à falência. Trata-se de um conto quintessencialmente americano, um daqueles contos de estrada que há tanto tempo permanecem na psique americana e até chegaram várias vezes ao cinema. O mais curioso nestas histórias é muitas vezes o contraponto e o contraste entre o intimismo dos pequenos mundos que rodeiam os viajantes e a vastidão das paisagens por onde esses pequenos mundos nómadas vão passando. Isso existe neste conto, mas também nele existe algo que me fez lembrar agudamente dos contos americanos de Ray Bradbury: poesia. Uma poesia contida, mais presente nos gestos do que nas palavras com que esses gestos nos são revelados, mas muito real. Para ela contribui que a história seja contada sob o ponto de vista do filho do casal, na primeira pessoa, um filho que já é suficientemente velho para se aperceber do que implica a família ficar sem meios de subsistência, mas ainda suficientemente novo para ficar empolgado com a aventura que a viagem traz consigo. É um belo conto, sim senhor.

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